O sanduíche bauru, um dos ícones da culinária brasileira, foi oficialmente registrado como patrimônio cultural imaterial da cidade de Bauru e do estado de São Paulo. A decisão foi tomada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) e publicada no Diário Oficial da cidade no final de outubro de 2023. A receita do lanche, que já havia sido reconhecida em nível estadual desde 2018, foi incluída no Livro de Registro de Saberes, que documenta práticas culturais tradicionais, com ênfase no modo de preparo original, sem variações que possam surgir ao longo do tempo.
A origem do bauru remonta à década de 1930, quando o estudante Casemiro Pinto Neto, conhecido como “Bauru”, pediu um sanduíche diferente no restaurante Ponto Chic, em São Paulo. O lanche, inicialmente composto por pão francês, rosbife, tomate, queijo derretido e orégano, rapidamente se popularizou, tornando-se um clássico da culinária paulistana. Embora o picles tenha sido adicionado mais tarde, na década de 1950, ele passou a ser considerado parte da receita oficial, mesmo não fazendo parte da versão original criada por Casemiro.
O registro oficial garante a preservação da receita tradicional, e estabelecimentos que servem o bauru conforme os ingredientes e método de preparo originais podem obter um certificado emitido pelas autoridades locais. Isso assegura que, apesar das variações ao longo do tempo, como a troca do rosbife por outros ingredientes, a receita autêntica seja preservada, celebrando a história e a tradição desse lanche tão característico da cultura paulista e bauruense.