A Rússia anunciou a suspensão das entregas de gás natural para a Áustria a partir de sábado (16), encerrando o contrato entre a estatal russa Gazprom e a OMV austríaca. A decisão ocorre em um contexto de mudanças nas políticas energéticas europeias desde o início da guerra na Ucrânia, com a maioria dos países da União Europeia buscando alternativas ao gás russo. A Áustria, no entanto, permanece uma das poucas nações fortemente dependentes desse fornecimento, embora a OMV tenha declarado estar preparada para suprir a demanda com importações de países como Alemanha, Itália e Holanda.
A interrupção no fornecimento deve agravar a crise energética enfrentada pela Áustria, que já impacta severamente o setor de manufatura. Analistas alertam que o país está em recessão econômica, em grande parte devido à sua dependência do desempenho da economia alemã, que também sofre as consequências da diminuição do gás russo após o ataque aos gasodutos Nord Stream em 2022. A situação reflete uma mudança estrutural no mercado de energia europeu, que se distanciou do gás russo após décadas de dependência.
Com a suspensão, a Rússia restringe seus volumes significativos de gás apenas à Hungria e Eslováquia, marcando uma nova etapa no realinhamento energético da Europa. Desde 1968, a Áustria mantinha contratos de fornecimento com Moscou, sendo pioneira no Ocidente. Agora, o fim desse vínculo evidencia o impacto geopolítico e econômico da guerra, transformando a paisagem energética do continente e exigindo soluções rápidas e diversificadas para evitar crises mais profundas.