A Rússia anunciou nesta sexta-feira restrições temporárias à exportação de urânio enriquecido para os Estados Unidos, afetando o fornecimento de combustível nuclear para as usinas norte-americanas. O movimento é uma resposta direta à proibição imposta pelos EUA às importações de urânio russo, sancionada no início de 2024, que, no entanto, permitia exceções em casos de preocupações com o abastecimento até 2027.
A Rússia, que é responsável por uma parte significativa do fornecimento global de urânio enriquecido, controla aproximadamente 44% da capacidade mundial de enriquecimento do material. Em 2023, mais de 25% do urânio utilizado nos reatores nucleares dos EUA foi importado da Rússia, embora as importações tenham diminuído cerca de 30% este ano. O país também figura entre os principais fornecedores de urânio para outras nações, como China, França e Coreia do Sul.
O governo russo, que já havia sinalizado a possibilidade de limitar as exportações de recursos estratégicos como urânio, titânio e níquel em resposta às sanções ocidentais, implementou a restrição após o aumento das tensões diplomáticas. O decreto russo permite que empresas autorizadas ainda exportem o urânio para os EUA, mas a situação gerou preocupações sobre os impactos no abastecimento energético global.