A Rússia anunciou nesta sexta-feira (15) restrições temporárias à exportação de urânio enriquecido para os Estados Unidos, um movimento que pode afetar o fornecimento para as usinas nucleares norte-americanas. No ano passado, os EUA importaram mais de 25% do urânio utilizado no país da Rússia. Essa medida foi uma retaliação à proibição de importações russas imposta pelos Estados Unidos no início de 2024, embora o embargo tenha exceções que permitem a continuidade das remessas até 2027, caso haja risco de escassez no fornecimento.
A Rússia é um dos principais produtores de urânio no mundo, responsável por 27% das exportações para os reatores nucleares comerciais dos EUA no ano passado. Além disso, detém cerca de 44% da capacidade global de enriquecimento desse material. As autoridades russas já haviam indicado, em setembro de 2023, que poderiam limitar a exportação de recursos estratégicos como urânio, titânio e níquel, em resposta às sanções ocidentais.
Desde o início das sanções, as importações de urânio russo para os EUA diminuíram em 30%, mas ainda não está claro se o país continuou a importar urânio da Rússia após a implementação da proibição em agosto. Além disso, os EUA estão investigando um aumento nas importações de urânio da China, levantando preocupações sobre a possibilidade de Moscou contornar as restrições por meio de intermediários.