O futuro imediato da Rússia no conflito com a Ucrânia é incerto, especialmente após mudanças significativas nas políticas de segurança nuclear do Kremlin. Na última semana, Vladimir Putin relaxou os critérios para o uso de armas nucleares, enquanto as tensões aumentaram com ataques ucranianos utilizando mísseis de longo alcance fornecidos por potências ocidentais, o que Putin considerou uma violação de uma linha vermelha. Além disso, o presidente russo fez declarações ameaçadoras contra o Reino Unido, os EUA e outros países que apoiam a Ucrânia, indicando que poderia atacar bases militares desses países caso o envio de armas avançadas para a Ucrânia continue. Esses episódios reforçam o uso de uma escalada constante, característica da estratégia de Putin, que busca pressionar tanto a Ucrânia quanto os aliados ocidentais.
A guerra, que já dura quase três anos, evidenciou a disposição de Putin em aumentar as tensões para alcançar seus objetivos, seja o controle sobre a Ucrânia ou um cessar-fogo sob condições favoráveis à Rússia. Ações como a invasão de larga escala, a anexação de territórios ucranianos e o uso de mísseis hipersônicos indicam que o Kremlin está disposto a intensificar os ataques. Observadores alertam para a possibilidade de a Rússia recorrer a uma guerra híbrida, envolvendo sabotagens e ataques indiretos em países europeus, com o objetivo de desestabilizar ainda mais o Ocidente.
Enquanto isso, o cenário político global pode influenciar o curso do conflito. A proximidade da eleição presidencial nos Estados Unidos e a possibilidade de Donald Trump retornar ao poder levantam questões sobre a estratégia de Putin. Trump tem mostrado ceticismo em relação ao apoio militar à Ucrânia e sugerido um diálogo com a Rússia, o que poderia alterar as dinâmicas da guerra. Nesse contexto, o Kremlin pode adotar uma postura mais cautelosa, esperando que uma eventual mudança na liderança dos EUA leve a um acordo favorável para a Rússia, sem necessidade de uma escalada nuclear.