O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou como “insano” e “suicida” um possível envio de armas nucleares para a Ucrânia, cenário que, segundo autoridades russas, deve ser evitado a todo custo. A preocupação foi gerada após a divulgação, pelo *New York Times*, de que autoridades ocidentais teriam sugerido que os Estados Unidos poderiam fornecer armas nucleares à Ucrânia. A porta-voz do Ministério, Maria Zakharova, acusou a Ucrânia de utilizar a questão como propaganda para pressionar por mais apoio do Ocidente, alertando que ações irresponsáveis poderiam levar o mundo à beira de uma catástrofe.
O Kremlin também reagiu afirmando que a discussão sobre a transferência de mísseis nucleares para a Ucrânia seria uma ameaça à segurança global. Dmitry Medvedev, ex-presidente e atual figura de destaque da segurança russa, alertou que tal medida poderia ser vista como um ataque direto à Rússia, justificando uma resposta nuclear. A tensão ocorre em meio a uma escalada do conflito, com a Rússia intensificando seus ataques à Ucrânia, que conta com o apoio de potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido.
O contexto da crise remonta ao desarmamento nuclear da Ucrânia após a dissolução da União Soviética, quando o país abriu mão de suas armas nucleares em troca de garantias de segurança dos Estados Unidos, Reino Unido e Rússia, conforme o Memorando de Budapeste de 1994. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, frequentemente expressa frustração com a falta de segurança desde então, defendendo a adesão da Ucrânia à Otan, algo que Moscou rejeita veementemente. O conflito, iniciado pela invasão russa em 2022, continua a gerar intensas tensões internacionais, com impactos econômicos e militares para a região e o mundo.