O roubo de cargas ainda é um problema significativo no Brasil, com impactos econômicos elevados, apesar da queda nos números registrados nos últimos anos. Entre 2017 e 2023, houve uma redução de 54% nas ocorrências, mas o valor das mercadorias roubadas manteve-se acima de R$ 1 bilhão no último ano. Produtos como combustíveis, alimentos, medicamentos e metais continuam sendo os mais visados, e os dados revelam que quase metade dos caminhoneiros do país já foi vítima desse tipo de crime. Em audiência na Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados, especialistas sugeriram medidas como o aumento das penas para os receptadores e a suspensão das atividades de empresas que comercializam mercadorias sem a devida documentação fiscal.
Outro ponto discutido foi a necessidade de um esforço conjunto entre diferentes órgãos de segurança para combater o roubo de cargas, com a proposta de federalizar a investigação desses crimes. O Projeto de Lei 375/24, em análise na Câmara, visa que a Polícia Federal também atue nas investigações de roubos de cargas seguradas, o que gerou preocupações sobre a capacidade da polícia federal em lidar com a demanda, dado o número limitado de agentes em comparação com os policiais civis e a presença reduzida em várias localidades.
Além das propostas legislativas, o uso de tecnologias de rastreamento foi destacado como uma alternativa eficaz para combater o roubo de cargas. Especialistas sugerem que sistemas de rastreamento poderiam identificar rapidamente os produtos roubados, seu trajeto e os responsáveis, facilitando a recuperação das mercadorias e a prisão dos criminosos. Contudo, desafios como a escassez de policiais e a vastidão das rodovias brasileiras ainda dificultam uma resposta eficiente a essa questão.