A jornalista, tradutora e editora Rosa Freire DAguiar foi premiada com o Jabuti de Livro do Ano na 66ª edição do prêmio, com a obra Sempre Paris: crônica de uma cidade, seus escritores e artistas. A cerimônia de entrega ocorreu em São Paulo, e Rosa, surpresa com a conquista, destacou a emoção de ganhar não só o prêmio de Crônica, mas também o principal da noite. Em seu discurso, a autora fez uma homenagem ao economista Celso Furtado, seu ex-marido, falecido há 20 anos. O Jabuti de Livro do Ano reconhece a obra que se destaca nas categorias de Literatura e Não Ficção, e o vencedor recebe uma premiação de R$ 70 mil, além de passagens para a Feira do Livro de Frankfurt.
Sempre Paris é uma obra que reúne memórias e entrevistas de Rosa, feitas ao longo de sua carreira como correspondente internacional, especialmente durante sua vivência na França. O livro é um retrato de um período efervescente da cultura parisiense e traz diálogos com intelectuais, escritores e artistas de renome. Entre as entrevistas, estão nomes como Julio Cortázar, Simone Veil e Georges Simenon. A autora revive sua experiência na capital francesa e faz uma análise histórica das entrevistas que coletou durante mais de duas décadas, entre os anos 1970 e 1990.
Além de sua trajetória como escritora, Rosa Freire DAguiar tem se destacado como tradutora e editora, com passagens por obras de grandes autores como Muriel Barbery e Roberto Bolaño. Sua vitória no Jabuti reflete uma valorização crescente do gênero crônica, que não recebia o prêmio principal da categoria há mais de dez anos. O prêmio também ocorre em um contexto de revalorização da crônica como gênero literário, com destaque para autores que, como Rosa, trazem perspectivas únicas sobre a literatura e a cultura.