Seis meses após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, cerca de 1.791 pessoas ainda vivem em condições precárias em abrigos provisórios distribuídos em 23 municípios. O impacto das cheias permanece visível, e as dificuldades enfrentadas por quem perdeu tudo refletem a lenta recuperação da região. Em locais como Encantado, no Vale do Taquari, há uma concentração de desabrigados, como é o caso de Fabiana de Paula, que perdeu sua residência em duas enchentes consecutivas e vive a angústia de uma espera prolongada por uma solução definitiva.
Tanto o governo federal quanto o estadual prometeram investimentos para a construção de moradias permanentes, com um aporte de R$ 2 bilhões para adquirir 10 mil residências e R$ 66,7 milhões destinados à construção de novas habitações. Até o momento, foram entregues 212 casas temporárias para abrigar famílias enquanto as moradias definitivas não são concluídas. Exemplos como o de Bruna Vitória de Oliveira, que, após viver em um abrigo e dar à luz seu filho, Benjamin, agora reside em uma casa provisória, mostram uma melhoria nas condições, embora a insegurança ainda persista.
O estado registrou quase 80 mil desabrigados no auge da enchente, mas o número vem caindo gradualmente com o apoio de doações e esforços institucionais. Entretanto, a recuperação completa permanece distante para muitos, que anseiam por um lar seguro. Em meio às dificuldades, histórias de superação e solidariedade emergem, com os desabrigados expressando gratidão pela ajuda recebida e esperança por um futuro estável e protegido das intempéries.