A revisão do cadastro de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma exigência legal no Brasil, realizada a cada dois anos como medida para evitar fraudes. Mais de 300 mil pessoas que recebem o benefício precisam se inscrever no CadÚnico, enquanto outras 517 mil devem atualizar seus dados para continuar recebendo o auxílio, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. O processo de atualização tem gerado uma força-tarefa por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para atender a alta demanda, com foco especial nas regiões de maior vulnerabilidade.
Recentemente, alguns beneficiários tiveram o pagamento bloqueado devido à falta de atualização cadastral, impactando especialmente idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, como ocorrido com João Batista de Lisboa, de 76 anos, que depende do benefício para suas necessidades básicas. Diante da situação, o INSS comunicou que os bloqueios podem ser revertidos em até três dias, com a condição de que o beneficiário busque posteriormente um Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) para regularizar seu cadastro no CadÚnico. O prazo para realizar essa atualização varia entre 45 e 90 dias, dependendo da população do município.
O governo federal intensificou as notificações para os beneficiários, enviando mensagens e ligações para alertar sobre a necessidade de atualização dos dados. No entanto, muitos dos beneficiários, que enfrentam dificuldades de acesso a meios de comunicação, como telefone e internet, ainda não foram informados adequadamente. Para esses casos, o INSS ampliou o atendimento em 251 agências, com maior reforço nas regiões de alta demanda, especialmente no Nordeste. O presidente do INSS destacou que o objetivo da revisão não é cortar benefícios, mas assegurar que o auxílio seja direcionado corretamente para aqueles que realmente têm direito, evitando desperdício de recursos públicos.