Um encontro entre representantes de órgãos federais realizado em Brasília no dia 4 de novembro teve como objetivo discutir estratégias para intensificar o combate ao comércio ilegal de produtos de tabaco no Brasil. O evento, que ocorreu na sede da Organização Pan-Americana da Saúde, contou com a participação de diversas entidades, incluindo o Instituto Nacional de Câncer e a Polícia Federal. A reunião visou avaliar a ampliação de um protocolo destinado a enfrentar as irregularidades que prejudicam tanto a saúde pública quanto a arrecadação de impostos.
Durante a discussão, a secretária executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco destacou a prioridade do governo em erradicar o comércio ilícito. Segundo a médica, o acesso fácil a cigarros contrabandeados, especialmente entre crianças e adolescentes, representa um risco significativo à saúde da população. Ela também enfatizou a necessidade de atualizar os sistemas de rastreamento e monitoramento dos produtos, que atualmente são vitais para combater essa prática ilegal.
Os desafios enfrentados pelo Brasil incluem a expansão do crime organizado e a pressão da indústria do tabaco, que tenta legalizar a venda de dispositivos eletrônicos para fumar em resposta à diminuição do consumo de cigarros. Dados apresentados na reunião indicaram que, enquanto a arrecadação com impostos sobre cigarros gira em torno de R$ 8 bilhões, os custos com saúde relacionados ao tabagismo são significativamente mais altos, totalizando cerca de R$ 153 bilhões. O controle do comércio ilícito é visto como um passo crucial para restabelecer políticas de preços que desestimulem o consumo de tabaco e promovam a saúde pública.