Um retrato de 2,2 metros do matemático inglês Alan Turing, produzido pelo robô ultra-realista Ai-Da, foi vendido por US$ 1,3 milhão na Sotheby’s Digital Art Sale, superando em muito a estimativa inicial de US$ 180 mil. A obra, intitulada “A.I. God,” representa um marco na interseção entre a inteligência artificial e o mercado de arte, destacando o crescente interesse global por criações artísticas feitas por tecnologias de ponta. A Sotheby’s observou que a venda é significativa para a história da arte contemporânea e moderna, abrindo caminho para novas discussões sobre o papel da IA na produção artística.
Projetado por Aidan Meller, especialista em arte contemporânea, Ai-Da é um dos robôs humanoides mais avançados do mundo, com capacidade para gerar ideias a partir de interações com humanos e criar obras baseadas em suas percepções visuais. Ao iniciar o projeto, o robô sugeriu um retrato de Turing e tomou decisões sobre estilo, cor, textura e tom. A obra resultante, com tonalidades apagadas e uma estética fragmentada, parece dialogar com as reflexões de Turing sobre os riscos e desafios que a IA poderia apresentar no futuro, conceitos estes já levantados pelo matemático nas décadas de 1940 e 1950.
Para Meller, o trabalho de Ai-Da não apenas celebra o pioneirismo de Turing, mas também convida o público a refletir sobre o impacto ético e social da IA na sociedade atual. Com um tom etéreo e inquietante, a obra e o processo de criação simbolizam tanto o avanço da tecnologia quanto as preocupações sobre o seu legado e a corrida global para explorar o potencial da IA. A venda histórica representa um passo relevante no debate sobre a presença e o papel da inteligência artificial no campo da arte.