O programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV) registrou seu melhor desempenho desde sua criação há 15 anos, refletido nos resultados financeiros positivos das incorporadoras no terceiro trimestre de 2024. A receita líquida consolidada alcançou R$ 6,0 bilhões, representando um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o lucro líquido somado subiu 143%, chegando a R$ 539 milhões. A melhora das margens de lucro, impulsionada pela diluição de despesas administrativas e comerciais e o aumento nos preços dos imóveis, foi um dos principais fatores que contribuíram para este desempenho.
Os analistas atribuem esse avanço às medidas implementadas pelo governo federal, como o aumento dos subsídios para aquisição de imóveis, redução de juros, ampliação do teto de preços e flexibilização dos prazos de financiamento. Essas mudanças, somadas aos subsídios adicionais de governos estaduais, facilitaram o acesso à moradia para famílias de baixa renda e estimularam o setor. Como resultado, os lançamentos cresceram 31,8%, atingindo 47.525 unidades, enquanto as vendas aumentaram 46,9%, com 46.142 imóveis comercializados.
Apesar do cenário otimista, especialistas apontam preocupações com o aumento dos custos de materiais e mão de obra, que podem pressionar as margens das empresas no futuro. Contudo, ajustes no orçamento do FGTS para 2025, com mais recursos destinados a financiamentos de imóveis novos, reforçam as perspectivas de continuidade no crescimento do setor. O destaque ficou para empresas que conseguiram combinar aumento de vendas, margens e geração de caixa, consolidando o momento favorável para as incorporadoras do segmento de baixa renda.