Em uma era dominada pela tecnologia, o relógio analógico ressurge como símbolo de estilo e resistência entre jovens e adultos, especialmente entre aqueles que desejam reduzir o uso do celular ou manter-se seguros em grandes cidades. Enquanto dispositivos como os smartwatches ganharam popularidade nos últimos anos, muitos da geração Z e de faixas etárias próximas estão voltando a utilizar modelos tradicionais, como forma de expressão pessoal e para evitar as distrações das notificações constantes. A costureira Brenda Falcão e o filmmaker Bernardo Britto são exemplos de jovens que veem os relógios não apenas como um recurso para marcar o tempo, mas como um acessório de moda e identidade.
O interesse crescente por relógios analógicos é também refletido no mercado brasileiro, com marcas como Condor, Champion e Statera Watch Co. relatando um aumento de vendas nos últimos anos, impulsionado em parte por tendências de moda como o “Old Money” e o “Vovôcore”, que valorizam o visual clássico e o vintage. Essas marcas vêm adaptando suas ofertas para atrair o público jovem, como no caso da parceria da Condor com a Disney. Além disso, a pandemia parece ter intensificado essa tendência, com mais consumidores buscando itens que combinem tradição e elegância.
A busca por relógios vintage também aumentou nos brechós e feiras de antiguidades em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde modelos restaurados e exclusivos são cada vez mais procurados. Especialistas recomendam cautela na compra de peças usadas para evitar falsificações, sugerindo que o relógio ideal deve ser proporcional ao pulso do usuário. Essa volta ao relógio analógico destaca como, mesmo em meio ao avanço tecnológico, a relojoaria tradicional mantém seu valor como expressão de arte, moda e história.