Um relatório da Polícia Federal, tornado público em 26 de novembro de 2024, revela tentativas de articulação para uma ruptura institucional envolvendo o então presidente Jair Bolsonaro. A investigação aponta que, em 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro buscou apoio entre os altos comandos das Forças Armadas, apresentando um decreto que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. Este decreto propunha a criação de um estado de defesa e uma Comissão de Regularidade Eleitoral, que investigaria a legalidade do processo eleitoral.
O relatório destaca que, enquanto alguns comandantes das Forças Armadas, como os do Exército e da Aeronáutica, se opuseram à ideia, o general Estevam Theophilo, comandante de Operações Terrestres, aceitou se envolver no plano. Segundo a investigação, Theophilo se ofereceu para liderar as ações do Exército e coordenar as tropas terrestres, caso o decreto fosse assinado. Esse momento coincidiu com um discurso público de Bolsonaro, em que ele reforçou a importância das manifestações populares para pressionar as Forças Armadas a aderirem ao golpe.
A Polícia Federal também indica que Bolsonaro sabia das ações planejadas e que, em seu discurso, buscou manter a esperança entre seus apoiadores, incitando-os a continuar as manifestações para fortalecer a pressão sobre os militares. O relatório, que inclui depoimentos de ex-comandantes e outros envolvidos, evidencia a tentativa de golpe e as diferentes reações dentro das Forças Armadas.