Um relatório da Polícia Federal detalha conversas de investigados em inquéritos relacionados à tentativa de ruptura democrática durante o governo Lula. As mensagens, trocadas por aliados e militares, revelam frustrações com a ausência de apoio das Forças Armadas a uma possível ação golpista, supostamente planejada pelo governo anterior. A falta de adesão do Exército e da Aeronáutica teria sido determinante para que o movimento não fosse adiante, gerando críticas internas e descontentamento entre os envolvidos.
Os diálogos indicam que havia um decreto pronto para ser publicado, mas ele não foi assinado por receios de represálias e prisões, especialmente em função do contexto político delicado e da divisão interna entre os comandantes militares. Discussões sobre a postura das Forças Armadas destacam acusações de falta de alinhamento com as ideias do grupo, reforçando a percepção de isolamento da liderança civil por parte de setores estratégicos.
As conversas também evidenciam menções a figuras de alto escalão, que, segundo os relatos, poderiam ter papel na articulação de um plano frustrado. Apesar disso, as divisões entre os próprios militares e o receio de possíveis consequências legais impediram o avanço da ação. O relatório, com mais de 800 páginas, foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República, reforçando a continuidade das investigações sobre o caso.