A Polícia Federal divulgou, nesta terça-feira (26), um relatório de mais de 800 páginas que detalha uma trama articulada para deslegitimar o processo eleitoral de 2022 e dificultar a posse do presidente eleito. O documento reúne provas, depoimentos e trocas de mensagens que indicam a existência de um planejamento que envolveu altos membros do governo e aliados políticos. Segundo o relatório, esse plano visava questionar o resultado das urnas e impedir a transição de poder de forma legal e democrática.
Entre os elementos revelados, destacam-se reuniões realizadas em locais estratégicos, como o Palácio do Alvorada, e minutas de decretos que sugerem uma tentativa de ação golpista. O relatório também aponta a elaboração de um plano de fuga para líderes políticos, caso houvesse uma derrota judicial ou risco para a liberdade dos envolvidos. Tais documentos e depoimentos indicam que o planejamento era coordenado de forma estratégica e contava com o conhecimento de figuras chave do governo.
A investigação da Polícia Federal mostra, ainda, que as articulações para reverter o resultado das eleições foram coordenadas em diversos níveis. O inquérito revela detalhes sobre a operacionalização do golpe, apontando que havia um entendimento claro, por parte dos envolvidos, sobre a necessidade de desestabilizar o processo legal e constitucional de posse. O relatório não apenas expõe o conteúdo dessas ações, mas também indica a profundidade do envolvimento de figuras proeminentes, o que reforça a gravidade dos acontecimentos.