O relatório final da Polícia Federal sobre o suposto plano de golpe de Estado no Brasil aponta que uma organização criminosa foi estruturada em diversos núcleos com o objetivo de manter o poder após a derrota nas urnas. Entre os núcleos descritos estão aqueles responsáveis por disseminar desinformação, incitar apoio militar ao plano, oferecer suporte jurídico, coordenar operações de apoio, conduzir inteligência paralela e implementar medidas coercitivas. A investigação também sugere que a liderança transitou por todos os núcleos, com destaque para a atuação direta no ataque ao sistema eleitoral.
Após quase dois anos de apuração, a Polícia Federal indicou 37 pessoas como suspeitas de envolvimento na tentativa de golpe, incluindo ex-membros do governo, parlamentares e oficiais militares. O inquérito abrange episódios como os ataques de 8 de janeiro, articulações golpistas durante as eleições presidenciais de 2022 e até mesmo um plano de assassinato de autoridades. O relatório, ainda sob sigilo, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal e está sob análise do relator.
Em resposta às acusações, declarações públicas dos investigados questionam a legalidade do inquérito, apontando uma suposta atuação criativa por parte da condução judicial. O caso agora avança para a Procuradoria-Geral da República, onde será decidido o próximo passo no processo judicial, enquanto a defesa dos envolvidos prepara seus argumentos.