O inquérito da Polícia Federal sobre as investigações de uma tentativa de golpe em 2022 indicia 37 pessoas, incluindo ex-membros do governo federal e das Forças Armadas, por crimes como organização criminosa e tentativa de abolir o estado democrático de direito. O relatório final será encaminhado à Procuradoria Geral da República, onde o procurador responsável terá 15 dias, prorrogáveis, para decidir sobre uma possível denúncia formal contra os indiciados. Fontes ligadas às investigações indicam a presença de elementos que apontam o envolvimento de lideranças nos supostos planos golpistas.
O advogado de um dos indiciados, em entrevista a um programa de televisão, fez declarações que geraram controvérsia ao confirmar inicialmente que havia conhecimento e liderança sobre planos antidemocráticos, mas depois voltou atrás, alegando imprecisões. Ele negou categoricamente qualquer menção a planos de assassinato durante o depoimento de seu cliente no Supremo Tribunal Federal, criando uma contradição em relação às suas falas anteriores. A entrevista foi marcada por declarações conflitantes, que foram vistas como tentativas de esclarecer pontos sensíveis das investigações.
As informações obtidas nos depoimentos recentes confirmam elementos de delações anteriores, fortalecendo o caso investigado pela Polícia Federal. Apesar disso, contradições em algumas declarações e lacunas apontadas por investigadores mantêm a delação do colaborador como ponto de atenção. O avanço do processo dependerá de análises detalhadas do material reunido até o momento e de possíveis novos depoimentos. A decisão final sobre a apresentação de denúncias deve se prolongar para o próximo ano.