O sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado foi derrubado, permitindo a divulgação de detalhes sobre as investigações. Segundo o documento, desde 2019, uma série de ações teria sido orquestrada para manter o ex-presidente no poder, incluindo tentativas de subverter o regime democrático e ações para questionar o resultado das eleições de 2022. Entre os principais indícios estão a elaboração de uma minuta golpista, que previa ações ilegais para reverter o resultado eleitoral, e o envolvimento de membros do governo e aliados próximos em articulações secretas para esse fim.
Além disso, o relatório aponta que o ex-presidente teria viajado para o exterior em 30 de dezembro de 2022, possivelmente para evitar uma prisão e monitorar os acontecimentos relacionados aos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A PF também mencionou o uso do comitê de campanha de 2022 para promover discussões sobre uma possível intervenção militar e a disseminação de informações falsas sobre a eleição, com apoio de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outros aliados políticos. A tentativa de golpe também envolvia pressões sobre membros das Forças Armadas para obter apoio a um movimento de ruptura.
A investigação revelou ainda planos de assassinato contra autoridades, incluindo o presidente eleito e outros membros do governo. A tentativa de subversão também envolvia ações clandestinas e tentativas de neutralizar opositores por meio da violência. Embora esses planos não tenham sido concretizados, a PF indica que o ex-presidente e outros envolvidos estavam cientes das ameaças e monitoraram atentamente as ações. O caso segue sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República, que decidirá sobre eventuais acusações.