Aliados do então presidente elaboraram um plano detalhado para garantir sua fuga caso o golpe de Estado planejado após as eleições de 2022 falhasse. O esquema, discutido inicialmente em 2021, envolvia estratégias militares e apoio das Forças Armadas, com o objetivo de proteger o presidente e facilitar sua retirada do Brasil. Segundo o relatório da Polícia Federal (PF), a partir das manifestações de setembro de 2021, o planejamento passou a incluir a ocupação de locais estratégicos como o Palácio do Planalto e o Palácio da Alvorada, além da criação de rotas alternativas para a fuga.
O plano de fuga foi estruturado com táticas militares conhecidas, como as redes de auxílio à fuga e evasão, adaptadas para garantir a segurança do presidente e de sua equipe. Entre as ações previstas estavam a utilização de rotas clandestinas e transporte militar para assegurar que o ex-presidente fosse retirado do Brasil, caso os planos de golpe não tivessem sucesso. Além disso, a cooperação de militares era fundamental para garantir a segurança durante o deslocamento para pontos seguros.
Após a vitória do novo governo em 2022, o plano foi ajustado e a fuga efetivada em 30 de dezembro de 2022, com o ex-presidente deixando o país antes do término de seu mandato. Segundo o relatório, sua saída foi uma medida para evitar uma possível prisão, com o objetivo de acompanhar à distância os eventos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023. O documento da PF também aponta que parte do Alto Comando das Forças Armadas resistiu à adesão ao plano golpista, o que levou ao fracasso da tentativa de reverter o resultado das eleições.