Um relatório da Polícia Federal, revelado recentemente após decisão do Supremo Tribunal Federal, traz detalhes sobre a investigação envolvendo tentativas de golpe de Estado no Brasil. O documento destaca conversas entre aliados do ex-presidente e membros das Forças Armadas, que indicam o planejamento de ações golpistas após a eleição. Os investigados manifestaram insatisfação com a demora na assinatura de um decreto presidencial que daria início ao golpe, sendo que, segundo o relatório, a ação não se concretizou devido à falta de apoio do Alto Comando do Exército.
Em diálogos registrados, alguns dos envolvidos fazem referências ao golpe militar de 1964, expressando frustração por não terem tomado a iniciativa. No entanto, há também críticas internas sobre a falta de ação decisiva. Um dos envolvidos chegou a afirmar que “foi necessário apenas 1 para fazer a revolta acontecer”, numa referência ao desencadeamento de um movimento militar. A comparação com a ditadura foi mencionada por um dos participantes, embora outro tenha discordado da analogia, sugerindo que uma ação mais coordenada seria necessária para dar início ao processo golpista.
O relatório da PF indica que 37 pessoas foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado e por ameaças contra a estabilidade democrática. O grupo, segundo a investigação, visava deslegitimar o processo eleitoral e havia elaborado planos para assassinatos de figuras públicas. A Polícia Federal identificou que os conspiradores se organizaram em diversos núcleos para desestabilizar a democracia, o que configura uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.