O relatório de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado menciona diversas vezes o nome de figuras chave no processo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é citado 516 vezes ao longo do documento. O sigilo do relatório foi derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que o encaminhou à Procuradoria-Geral da República. Agora, cabe à PGR decidir se apresenta denúncia contra o ex-presidente e outros envolvidos. O relatório detalha, entre outras ações, a suposta elaboração de um decreto presidencial com o objetivo de questionar os resultados das eleições de 2022, envolvendo integrantes do governo e assessores do ex-presidente.
Segundo a PF, o documento golpista teria sido trabalhado com a colaboração de vários nomes do círculo próximo ao ex-presidente. A minuta do decreto propunha ações que envolveriam uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral, baseado em acusações infundadas de fraude eleitoral. Além disso, o relatório menciona que, após o desenvolvimento da minuta, o ex-presidente convocou chefes das Forças Armadas para tentar garantir apoio ao plano, embora alguns dos comandantes tenham se oposto a qualquer medida que impedisse a posse do novo governo.
A investigação também revelou a participação de diversos envolvidos, incluindo um ex-assessor e um ex-ministro, que foram indiciados. A PF aponta que o envolvimento de figuras chave na confecção do documento e nas ações subsequentes seria parte de um esquema mais amplo para contestar o resultado das eleições. Com a continuidade das investigações, o caso segue em aberto, com a decisão da PGR pendente sobre possíveis acusações formais.