O relatório da Polícia Federal, divulgado em 26 de setembro de 2024, revela detalhes de um plano golpista que envolvia uma série de ações coordenadas para tentar invalidar os resultados das eleições de 2022. A investigação apontou que, desde 2019, aliados do ex-presidente trabalharam na criação e disseminação de narrativas falsas sobre fraude eleitoral, com o objetivo de minar a confiança nas instituições democráticas e preparar o terreno para uma possível ruptura constitucional. A estratégia incluiu ataques à credibilidade do sistema eleitoral e à pressão sobre as Forças Armadas, com o intuito de garantir apoio militar ao golpe.
De acordo com o relatório, uma parte do grupo golpista, composta por assessores e militares de alto escalão, planejou um golpe de Estado após a derrota eleitoral, envolvendo a confecção de documentos para justificar a intervenção militar e a prisão de autoridades, além da realização de novas eleições. A PF identificou a participação de diversos envolvidos na elaboração de um decreto que visava anular o pleito de 2022, uma ação que não foi concretizada devido à resistência de comandantes militares fiéis à defesa do Estado Democrático de Direito. A investigação também destaca as tentativas de pressão sobre militares que se recusaram a aderir ao golpe, além de planos de violência contra líderes da oposição e ministros do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o relatório revela que, durante o período pós-eleitoral, a resistência de figuras chave dentro das Forças Armadas, como comandantes do Exército e da Aeronáutica, foi determinante para o fracasso do golpe. A PF também investiga o papel do ex-presidente, que teria tido conhecimento e participação nas articulações, incluindo um plano de fuga para o caso de suas ações falharem. O relatório sugere que a trama visava garantir a permanência no poder, mas foi frustrada pela manutenção da ordem constitucional e pela postura firme dos militares. As investigações seguem em andamento, com novos desdobramentos previstos.