Um relatório da Polícia Federal (PF), divulgado no dia 26 de setembro, revelou que o nome de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi citado 206 vezes no contexto de uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de 36 outras pessoas, entre elas, integrantes de grupos que teriam articulado atos de violência e vandalismo no dia 8 de janeiro de 2023. O foco da investigação está na tentativa de derrubar o resultado eleitoral e no envolvimento de militares e outros atores com o movimento golpista.
O relatório descreve um plano que envolvia ações coordenadas para neutralizar figuras chave do governo, incluindo membros do STF, que estavam no alvo de ameaças de morte. Além disso, foram destacadas as tentativas de incitar militares a apoiar o golpe, com a difusão de discursos contra aqueles que se opusessem à proposta. A PF também menciona a atuação de uma figura vinculada ao Exército, que teria desempenhado papel importante na organização de um movimento que visava enfraquecer instituições democráticas e criar um clima de insubordinação nas forças armadas.
Agora, o relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a formalização de acusações. A expectativa é que novas denúncias sejam feitas em 2025, com foco em crimes relacionados à tentativa de golpe e ao envolvimento de diversos indivíduos. A investigação, que já resultou em três indiciamentos de Bolsonaro, continua a ser um dos maiores desafios jurídicos para o ex-presidente e seus aliados.