Um relatório da Universidade KU Leuven, encomendado pelo sindicato global de jogadores FIFPRO, concluiu que o futebol profissional está descumprindo padrões de segurança e saúde ocupacional (SST), violando normas legais europeias e internacionais. A pesquisa destaca que jogadores profissionais, reconhecidos como trabalhadores pela legislação trabalhista, enfrentam um ambiente de alto risco devido a calendários sobrecarregados, viagens intensas e demandas extenuantes, sem que sejam devidamente considerados os princípios de SST aplicáveis a outros setores laborais.
O documento servirá como evidência em uma queixa apresentada por organizações como FIFPRO Europe, European Leagues e LaLiga contra a FIFA, alegando abuso de posição dominante na definição do calendário internacional. A expansão da Copa do Mundo de Clubes, que passará de 7 para 32 clubes em 2025, é apontada como exemplo de pressão adicional sobre os jogadores, limitando o tempo de descanso entre temporadas e impactando negativamente o bem-estar dos atletas.
A pesquisa também sustenta uma ação legal paralela movida por associações de jogadores da Inglaterra, França e Itália. Segundo os autores, enquanto o futebol profissional exige adaptações específicas, isso não justifica a ausência de padrões básicos de segurança no trabalho. O relatório reforça a necessidade de um equilíbrio entre o desenvolvimento do esporte e o respeito às obrigações legais para proteger a saúde dos jogadores.