A Polícia Federal (PF) revelou, por meio de um relatório, detalhes sobre tentativas de subverter o processo eleitoral de 2022 no Brasil, com o objetivo de criar um cenário de instabilidade política que justificasse uma intervenção militar. O documento aponta que membros do governo anterior usaram recursos públicos para difundir alegações infundadas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, influenciando a opinião pública e incitando a desconfiança nas instituições democráticas. Além disso, a PF encontrou documentos relacionados a essas estratégias na residência de um ex-integrante do governo, incluindo relatórios que propunham a manipulação de informações sobre as eleições.
O relatório também destaca a preparação de um plano para a criação de um gabinete de crise, que seria estabelecido logo após a tentativa frustrada de golpe de Estado em 15 de dezembro de 2022. A estrutura proposta tinha como objetivo assessorar o ex-presidente na administração de uma eventual ruptura institucional, consolidando o poder de seus apoiadores e reprimindo a oposição. A liderança desse gabinete seria atribuída a uma figura-chave do governo anterior, com a colaboração de outros membros destacados, buscando reorganizar o poder em um contexto de possível transição forçada.
Embora o golpe não tenha sido concretizado na data prevista, as investigações indicam que os envolvidos continuaram a articular ações para provocar a ruptura institucional com apoio militar, monitorando adversários políticos e incentivando manifestações contrárias ao regime democrático. O relatório também aponta que, mesmo após o fracasso imediato do plano, as tentativas de subverter a ordem democrática prosseguiram, com apoio de setores das Forças Armadas e ações coordenadas em apoio a manifestações de caráter antidemocrático.