A discussão sobre a jornada de trabalho semanal está em evidência em diversos países, especialmente após propostas recentes para flexibilizar o tempo dedicado ao trabalho. No Brasil, uma Proposta de Emenda à Constituição visa eliminar a escala de trabalho 6×1, buscando uma redução do tempo de trabalho semanal para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que o Brasil está entre os países do G20 onde se trabalha mais horas semanalmente, enquanto nações como Canadá, Alemanha e França mantêm médias semanais menores.
Na Holanda, conhecida por ter uma das jornadas semanais mais curtas do mundo, o padrão é significativamente diferente. O país ocupa o sexto lugar no ranking de menores cargas horárias, com uma média de 31,6 horas trabalhadas por semana. A maioria dos holandeses adota uma jornada reduzida, especialmente no setor de serviços, que representa uma grande parte do PIB do país. Para muitos trabalhadores, uma jornada integral consiste em 38 horas semanais, embora seja comum encontrar jornadas de 12 a 36 horas. Além disso, o salário mínimo para um trabalhador com 32 horas semanais é de cerca de 1.700 euros, considerando uma taxa horária de 13,68 euros, e as pausas para almoço são de 30 minutos, geralmente não remuneradas.
Esse cenário, somado à cultura holandesa de valorização do tempo livre, evidencia um movimento global por jornadas de trabalho mais flexíveis, que já gerou mudanças em diversos países. No Brasil, o debate avança com discussões sobre uma eventual redução na jornada e propostas como a implementação de semanas de trabalho de quatro dias, inspiradas em modelos de países como França e Holanda, onde os trabalhadores buscam equilibrar melhor a vida pessoal e profissional.