O movimento naturista, ou Freikörperkultur (FKK) na Alemanha, celebra a liberdade e o bem-estar através do contato direto com a natureza, incentivando o respeito ao próprio corpo e aos demais. Historicamente, o FKK teve suas raízes na virada do século 19 para o 20, como uma resposta aos efeitos da industrialização sobre a saúde da população. Desde então, consolidou-se como uma expressão de liberdade e saúde, sobrevivendo a momentos desafiadores, incluindo os regimes nazista e comunista, e ganhando espaço em praias, parques e clubes onde nudistas compartilham atividades recreativas de forma natural e sem conotação sexual.
Apesar de seu legado cultural, o movimento naturista alemão enfrenta uma nova ameaça: o impacto das redes sociais, como Instagram e TikTok. Com a valorização do “corpo perfeito” em plataformas digitais, muitos naturistas sentem-se pressionados ou desencorajados a se despirem em público. Essa influência contribuiu para a queda no número de praticantes do FKK, que encolheu nos últimos anos. A intimidação pelo uso constante de câmeras, que pode expor pessoas involuntariamente, também representa um obstáculo para os adeptos.
A Deutscher Verband für Freikörperkultur (DFK), associação que defende o naturismo no país, busca alternativas para revitalizar o movimento, apesar dos desafios impostos pelas redes sociais e pela ascensão de atividades ao ar livre mais glamorosas, como o “glamping”. Embora o interesse pelo FKK tenha sofrido leve aumento durante a pandemia, a luta para preservar essa cultura de aceitação e respeito pelo corpo continua, com líderes afirmando que manterão o movimento vivo.