O nível do Rio Negro em Manaus começou a apresentar sinais de recuperação após enfrentar a pior seca registrada em mais de 120 anos. Segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), o rio saiu do nível de seca extrema, alcançando 14,18 metros nesta sexta-feira (22). Desde o início da vazante, o nível subiu 2,07 metros, configurando um processo de recuperação que já reflete positivamente na rotina das comunidades afetadas. Apesar disso, os prognósticos climáticos ainda indicam instabilidade no retorno pleno do período chuvoso para a região.
O fenômeno de seca extrema impactou significativamente o cenário natural e econômico da região. O nível crítico de 12,11 metros registrado em outubro alterou o Encontro das Águas e levou ao fechamento da Praia da Ponta Negra. A situação exigiu adaptações no transporte fluvial, incluindo a instalação de um píer flutuante em Itacoatiara para atender às demandas das indústrias locais. As mudanças no curso do rio também influenciaram a navegação e o escoamento de mercadorias, destacando a gravidade da situação enfrentada.
Especialistas apontam que a recuperação do Rio Negro está relacionada a elevações nos níveis de outros rios da bacia amazônica, como os rios Madeira e Purus. No entanto, apesar da recente estabilidade, o rio ainda apresenta flutuações, como o fenômeno do repiquete. Essa oscilação reforça a necessidade de monitoramento constante, enquanto a população local e as autoridades aguardam o retorno mais consistente das chuvas para assegurar a estabilidade hídrica e econômica na região.