Um levantamento inédito realizado pelos pesquisadores do MapBiomas e da Fundação SOS Mata Atlântica revelou que a regeneração da Mata Atlântica superou o desmatamento entre 2008 e 2023. No período, foram recuperados mais de 650 mil hectares de floresta, uma área comparável à cidade de Campo Grande. Essa recuperação reflete o abandono de áreas antes desmatadas e a capacidade natural do bioma de se regenerar, desde que haja proteção e fiscalização adequadas.
Entre os avanços apontados no estudo está a redução de 55% no desmatamento da Mata Atlântica de janeiro a setembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A recuperação se concentra principalmente em regiões que sofreram grande devastação no passado, como no Parque Ecológico Guarapiranga, em São Paulo, onde ações de educação ambiental e fiscalização contribuíram para o aumento significativo da cobertura vegetal. O monitoramento contínuo, desde a dispersão de sementes até o crescimento das árvores, foi essencial para o sucesso desses projetos.
Os resultados destacam a importância de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas à restauração florestal, como projetos de reflorestamento, restrições de crédito a desmatadores ilegais e embargos a áreas degradadas. Especialistas ressaltam que atingir o desmatamento zero e intensificar a restauração são passos urgentes para garantir água, energia e qualidade de vida no futuro. O estudo reforça que a regeneração da Mata Atlântica é possível, necessária e viável, desde que haja esforços integrados de preservação e fiscalização.