O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a reação de empresas brasileiras do setor frigorífico às declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou um boicote às carnes de países do Mercosul. Haddad declarou que a reação das empresas foi justificada, uma vez que a postura do Carrefour não fazia sentido, já que a companhia opera no Brasil. Apesar de não querer aprofundar-se no assunto, o ministro expressou a expectativa de que o grupo francês reconsidere sua posição.
A decisão do Carrefour foi motivada pela oposição da França ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, tem se manifestado contra o tratado, destacando preocupações com o impacto na agricultura francesa e a falta de compromissos ambientais claros. Macron já havia discutido essas questões durante o G20, e a posição de seu governo sobre o acordo continua firme, com a ênfase na necessidade de um compromisso mais robusto com questões climáticas e de preservação da biodiversidade.
Por sua vez, entidades do agronegócio brasileiro também se manifestaram contra o boicote, considerando injustificável a decisão do Carrefour de excluir produtos do Mercosul de seus mercados. Em uma nota oficial, destacaram que, se os produtos do Mercosul não são adequados ao mercado francês, deveriam ser igualmente descartados em outros países onde o Carrefour opera. Esse episódio ilustra as tensões que cercam as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia, especialmente com o impacto das políticas internas francesas.