O Quilombo Urbano Agbara Dudu, fundado em 1982, está localizado no bairro de Oswaldo Cruz, zona norte do Rio de Janeiro, uma região rica em manifestações culturais negras, como escolas de samba, o baile charme do Viaduto de Madureira e o Jongo da Serrinha. Recentemente, o Agbara Dudu foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A comunidade tem como uma de suas principais atividades o resgate e a preservação da memória e da cultura afro-brasileira, por meio da música, dança e capoeira, além de promover eventos como o Fest-Afro e oferecer cursos sobre história e cultura afro-brasileira.
O vínculo histórico do Agbara Dudu com a escola de samba Portela é destacado como parte essencial de sua formação e identidade, tendo sido um ponto de encontro importante para músicos e compositores. A luta pela preservação dessa história local e pela titularização do espaço geográfico do quilombo são desafios enfrentados pela comunidade. O quilombo se configura como um espaço de resistência, onde se preservam tradições africanas e afro-brasileiras, com o intuito de fortalecer a memória coletiva e a identidade cultural da população negra.
Em um contexto mais amplo, os quilombos urbanos, como o Agbara Dudu, surgiram como resposta à urbanização e à escravidão nas cidades, mantendo práticas culturais e sociais de resistência que rememoram os quilombos rurais. No entanto, esses espaços enfrentam desafios como a falta de reconhecimento nas políticas públicas e o desconhecimento sobre sua importância cultural. A luta por visibilidade e por educação sobre a cultura quilombola continua sendo um dos principais focos do Agbara Dudu, que defende a inclusão da história negra nos currículos escolares e a valorização das comunidades quilombolas em nível nacional.