Nos últimos anos, o uso de aplicativos de relacionamento no Brasil, como o Tinder, tem apresentado uma queda significativa, refletindo um crescente cansaço entre os usuários. Dados recentes indicam que o número de usuários ativos caiu 24% de 2022 a 2023, acompanhados por uma diminuição nos downloads. Esse fenômeno é observado não apenas em Bauru, onde um professor de educação física relata uma experiência menos envolvente com esses serviços, mas também entre jovens em São Paulo, que ainda buscam relacionamentos sem sucesso duradouro.
Especialistas apontam que a dinâmica dos aplicativos pode gerar expectativas frustrantes, tanto em relação aos encontros quanto à própria autoimagem dos usuários. As novas gerações, em particular, tendem a hesitar em buscar contato físico, tornando o relacionamento virtual uma prática habitual que, muitas vezes, não se traduz em satisfação no mundo real. Essa situação é exacerbada por uma sociedade que ainda carrega traços conservadores, influenciando o comportamento e a segurança nas interações.
Apesar do desinteresse crescente, o mercado de namoro online continua a se expandir. Projeções indicam que o número de usuários de serviços de namoro online no Brasil pode chegar a 18 milhões até 2028, embora a quantidade de assinantes de serviços premium se mantenha estagnada. A indústria de aplicativos de relacionamento, que já enfrentou flutuações significativas, ainda busca inovações e melhorias na experiência do usuário, mostrando que, mesmo em tempos de cansaço, a busca por conexões permanece relevante.