Os hemocentros de Campinas e região registraram uma queda significativa de 20,44% no número de doadores recorrentes entre 2023 e 2024. Esse cenário levou as instituições a adotarem planos de contingência, como campanhas de conscientização em massa e gestão rigorosa dos estoques. Apesar de ser comum observar diminuição nas doações em meses de férias e fim de ano, 2024 apresentou um declínio mais generalizado, o que agravou o desafio de manter níveis seguros de sangue para procedimentos médicos. O Hemocentro da Unicamp, por exemplo, observou uma queda na média de retorno dos doadores, que caiu de 45% para 35%.
Para enfrentar essa crise, os hemocentros têm intensificado o uso de mídia de massa e contato direto com doadores, além de considerar medidas drásticas, como o reagendamento de cirurgias eletivas. Especialistas apontam fatores como o clima frio, feriados e até reflexos da pandemia de Covid-19 como possíveis causas da diminuição no número de doadores. A necessidade de campanhas eficazes é ainda mais urgente com a proximidade do período de festas de fim de ano, que historicamente reduz em 40% a adesão às doações.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que entre 3% e 5% da população seja doadora ativa para evitar escassez de sangue, meta que o Brasil ainda não alcança. Além disso, o atraso no levantamento pós-pandemia dificulta a compreensão do impacto total sobre os níveis de doação. A mobilização da sociedade é essencial para reverter esse quadro, com iniciativas como a Semana do Doador de Sangue e o Dia D sendo promovidas para atrair novos doadores e garantir o abastecimento nos hemocentros.