O presidente russo, Vladimir Putin, estaria disposto a discutir um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, mediado pelo presidente eleito dos EUA, desde que determinadas condições fossem atendidas. Entre elas, destaca-se o abandono, por parte de Kiev, das ambições de integrar a Otan. Fontes próximas ao Kremlin indicam que Moscou está aberta a congelar o conflito nas linhas de frente atuais, com espaço para negociação sobre divisões em regiões específicas, mas descarta ceder territórios já ocupados por suas forças.
A Rússia, que atualmente controla a maior parte de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, considera essas áreas como parte integral de seu território, mas estaria disposta a discutir concessões em regiões menores de Kharkiv e Mykolaiv. No entanto, Putin teme que um acordo de cessar-fogo possa ser usado pelo Ocidente para rearmar a Ucrânia, prolongando o conflito. A recente autorização dos EUA para o uso de mísseis ATACMS por Kiev, e o primeiro ataque desses mísseis ao território russo, são vistos como fatores complicadores para qualquer negociação.
Enquanto isso, o presidente eleito dos EUA promete trabalhar pela paz entre os dois países, ainda que não tenha detalhado como reconciliar as posições extremas de ambos os lados. A Ucrânia, por sua vez, mantém sua posição de recuperar integralmente os territórios ocupados. Apesar das diferenças significativas, analistas acreditam que qualquer avanço dependerá de negociações pragmáticas e de concessões mútuas, algo que ainda parece distante no atual cenário.