O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia tomaria todas as medidas necessárias, incluindo o uso de seu arsenal nuclear, caso a Ucrânia obtivesse armas nucleares. Durante uma coletiva de imprensa em Astana, no Cazaquistão, Putin afirmou que a Rússia não permitiria que a Ucrânia se tornasse uma potência nuclear e que responderia de forma contundente a qualquer movimento nesse sentido. A declaração surgiu em meio a especulações no Ocidente sobre a possibilidade de os Estados Unidos fornecerem armas nucleares à Ucrânia, embora esse cenário ainda seja incerto.
Putin também abordou a possibilidade de a Ucrânia desenvolver uma “bomba suja”, um dispositivo convencional misturado com material radioativo. No entanto, ele minimizou a capacidade da Ucrânia de criar armas nucleares, ressaltando que isso seria praticamente impossível. O presidente russo enfatizou que qualquer movimentação nesse sentido por parte de Kiev significaria uma violação de acordos de não proliferação nuclear e que a Rússia responderia de acordo.
A Ucrânia havia herdado armas nucleares após o colapso da União Soviética, mas as entregou em 1994 sob o Memorando de Budapeste, recebendo garantias de segurança por parte da Rússia, dos Estados Unidos e do Reino Unido. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, tem citado a falta dessas garantias como um dos motivos para buscar a adesão do país à Otan, uma medida que continua sendo amplamente contestada por Moscou.