O PSDB, uma das principais forças políticas brasileiras, enfrentou uma significativa queda nas eleições de 2024, resultado de decisões erradas nos últimos anos, segundo o presidente nacional do partido, Marconi Perillo. O partido viu uma drástica redução no número de prefeitos eleitos, passando de 523 em 2020 para apenas 272 neste ano. Perillo apontou como um dos principais erros a estratégia de focar exclusivamente no ataque ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em detrimento de um confronto mais contundente com o PT, partido adversário histórico do PSDB. Essa mudança de foco afastou o eleitor conservador da legenda, o que contribuiu para a perda de força do partido.
Além disso, o PSDB enfrentou uma crise interna em 2022, quando não lançou candidatura própria à presidência e, em vez disso, apoiou Simone Tebet (MDB). Esse episódio resultou em uma perda substancial de representação no Congresso, com o partido reduzido a apenas 13 deputados federais e um senador. A eleição de 2024 em São Paulo, com fracassos como a candidatura de José Luiz Datena para prefeito, refletiu a instabilidade da legenda, que, no entanto, obteve algumas vitórias em estados como Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Diante desse cenário, o PSDB busca agora uma reconstrução. Perillo destacou a importância de uma nova estratégia para atrair lideranças competitivas para 2026, além de discutir possibilidades de fusão com outras siglas ou ampliação da federação com o Cidadania. A preocupação é com a permanência do partido no centro político, evitando o radicalismo. O cientista político Creomar de Souza alertou para o risco de o PSDB cair em um ostracismo político devido à falta de renovação geracional e à dificuldade em manter a coesão do partido após a saída dos fundadores.