A prova de matemática do Enem 2024 foi, de forma geral, avaliada como equilibrada, sem grandes surpresas quanto ao conteúdo, mas com um nível de dificuldade que favorece alunos com domínio sobre temas básicos e intermediários. Professores como Thiago Galrao, do Colégio e Curso AZ, destacaram que os temas cobrados eram semelhantes aos de anos anteriores, permitindo que alunos que estudaram com base em provas passadas estivessem bem preparados para o exame. Entre os conteúdos recorrentes, figuraram conceitos como porcentagem, juros, geometria plana e espacial, além de análises de gráficos e questões de probabilidade, temas que continuam alinhados com o padrão Enem.
Para especialistas como Sérgio Ghiu e João Eduardo Pinhata, o exame abordou temas variados, incluindo funções, progressões, geometria e análise combinatória, mantendo uma distribuição que exige dos candidatos boa compreensão de conceitos fundamentais e capacidade de interpretação. As questões de geometria espacial, em especial, exigiram habilidades de transição entre representações planas e tridimensionais, enquanto os itens sobre média, moda e mediana proporcionaram um nível de dificuldade mais acessível. Com isso, a prova manteve um equilíbrio entre itens mais complexos e outros de resolução mais rápida, permitindo que estudantes bem preparados pudessem se beneficiar dessa estrutura.
No entanto, Gabriela Maretti, professora de matemática do Descomplica, apontou que o exame foi longo e cansativo, com enunciados extensos e exigência de cálculos complexos, o que dificultou a conclusão dentro do tempo. Para ela, a prova foi mais difícil do que em 2023, mesmo sem apresentar conteúdos inesperados. A crítica quanto à extensão e ao nível de cansaço gerado pelas questões destaca um aspecto relevante para futuros candidatos, ressaltando a importância de habilidades não só de conhecimento, mas também de administração do tempo.