Em Valência, no leste da Espanha, milhares de pessoas tomaram as ruas neste sábado (9) em um protesto massivo que exigiu a renúncia de autoridades regionais após as recentes enchentes que deixaram mais de 220 mortos. A manifestação, que reuniu cerca de 130 mil participantes segundo a mídia local, foi marcada por confrontos entre a população e a polícia, especialmente na Praça da Câmara Municipal. A polícia usou cassetetes e escudos para conter a multidão, que em alguns momentos atirou objetos contra os agentes. Edifícios foram vandalizados em outras partes da cidade, mas não houve relatos de ferimentos graves.
Os manifestantes criticam a resposta do governo local, considerada lenta e ineficaz frente à pior catástrofe natural da região em décadas. As chuvas torrenciais, que começaram no final de outubro, trouxeram o equivalente a um ano de precipitação em menos de oito horas, causando destruição generalizada enquanto as águas avançavam pelos rios em direção ao Mediterrâneo. Segundo os manifestantes, as autoridades regionais falharam em avisar a população a tempo e em agir rapidamente para minimizar os danos. Em meio a acusações de negligência, muitos clamam por um novo governo que assuma a responsabilidade pela reconstrução e segurança da população.
O presidente regional de Valência, no entanto, afirmou que não recebeu alertas suficientes do governo central sobre a gravidade das chuvas e que teria feito tudo ao seu alcance. Autoridades locais e nacionais, incluindo o governo espanhol, continuam mobilizadas em busca de mais de 70 pessoas ainda desaparecidas, com milhares de soldados e mergulhadores envolvidos nas operações de resgate ao longo da costa. A prefeita de Valência pediu calma após o protesto, ressaltando que confronto e vandalismo não são o caminho para a resolução do problema.