Em visita a Valência, o rei Felipe VI e a rainha Letizia da Espanha enfrentaram uma recepção hostil de moradores afetados por enchentes catastróficas que causaram mais de 200 mortes. Durante a visita a Paiporta, uma das áreas mais atingidas, manifestantes atiraram lama nos monarcas em protesto contra a resposta das autoridades ao desastre. A postura de Felipe VI, que decidiu permanecer e dialogar com a multidão, foi vista como um ato de serenidade e proximidade com o povo, reforçando seu papel simbólico e trazendo nova perspectiva ao seu reinado.
Especialistas avaliam que a atitude de Felipe VI ao enfrentar a indignação pública sem abandonar o local marcou um momento importante para a monarquia espanhola. De acordo com analistas, o rei demonstrou solidariedade ao ouvir as reclamações dos moradores, evitando um tom paternalista e buscando um diálogo direto com a população. A rainha Letizia também foi elogiada por sua postura calma ao interagir com os manifestantes. No entanto, essa proximidade com o povo pode levar a uma interpretação errônea sobre o papel do rei, que possui uma função essencialmente simbólica e não executiva.
O evento, que também contou com a presença do primeiro-ministro Pedro Sánchez, gerou debates sobre a expectativa pública em relação à monarquia em tempos de crise. Enquanto o rei Felipe VI participou de reuniões de coordenação de resposta à emergência, há receios de que seu envolvimento possa sugerir uma responsabilidade na gestão da crise que está além de seu papel institucional. Esse episódio levanta questões sobre o papel da monarquia em momentos de adversidade e o impacto de uma realeza mais próxima da população, especialmente em um país com fortes sentimentos republicanos.