A região do Alto Tietê, em São Paulo, conta com uma única Delegacia de Proteção ao Idoso, localizada em Mogi das Cruzes, a maior cidade da região em termos de população idosa. Com mais de 230 mil pessoas com 60 anos ou mais, a região carece de mais unidades especializadas, o que levanta preocupações sobre a efetividade da proteção dos direitos da terceira idade. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as delegacias de proteção ao idoso têm a missão de investigar crimes previstos no Estatuto do Idoso, mas a falta de estrutura e unidades suficientes compromete o alcance da legislação.
Juraci Fernandes de Almeida, vice-presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa de Mogi das Cruzes, aponta que, apesar da existência do Estatuto do Idoso desde 2003, a população idosa no Brasil frequentemente se torna invisível à sociedade e ao Estado. Ela argumenta que muitos idosos, especialmente após saírem do mercado de trabalho, acabam sendo marginalizados, o que agrava a falta de políticas públicas efetivas para sua proteção. A ampliação das delegacias especializadas seria uma medida essencial para garantir a aplicação plena dos direitos dessa população.
Em resposta às críticas, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Grande São Paulo possui oito Delegacias de Polícia de Proteção ao Idoso, incluindo unidades em Mogi das Cruzes e Guarulhos. Essas delegacias realizam investigações de crimes contra idosos e promovem ações educativas sobre violência contra essa faixa etária. As unidades são treinadas para oferecer atendimento humanizado e acolher vítimas com 60 anos ou mais, e as denúncias podem ser feitas também pela Delegacia Eletrônica, disponível 24 horas por dia.