Manifestantes em várias cidades brasileiras realizaram protestos na última sexta-feira (15) em apoio à proposta de redução da jornada de trabalho de seis dias para quatro dias por semana. A proposta, de autoria da deputada Erika Hilton, sugere uma carga máxima de 36 horas semanais e visa a melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, além de diminuir os casos de exaustão física e mental. O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que lidera os atos, já reuniu quase 3 milhões de assinaturas em uma petição online e defende que a jornada atual, especialmente no modelo 6×1, prejudica não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também impede o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Em diversas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, os manifestantes destacaram a importância do descanso e do lazer para a saúde mental e o bem-estar. O tema também foi debatido em eventos como o G20 Social no Rio de Janeiro, onde especialistas e autoridades reconheceram os benefícios da proposta, especialmente para as mulheres, mas alertaram sobre a necessidade de um amadurecimento do debate. A proposta ganhou visibilidade no Congresso, onde já conta com 134 assinaturas de deputados, superando as 60 que havia na semana anterior, e aguarda agora o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Apesar do apoio crescente, a proposta enfrenta resistência de setores patronais e desafios institucionais, como a necessidade de conquistar uma maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. A PEC precisa de 171 assinaturas para tramitar na Câmara e de 308 votos para ser aprovada, o que implica um longo processo legislativo. A mobilização continua em busca de mais apoio popular e parlamentar, com o objetivo de garantir a aprovação da medida que, segundo os defensores, representa uma questão fundamental para a melhoria das condições de trabalho no país.