Nos últimos dias, a discussão sobre a carga de trabalho semanal ganhou destaque no Brasil devido à proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 11% dos trabalhadores brasileiros enfrentam jornadas longas, acima de 48 horas semanais, um número inferior à média global de 17,7%. A proposta de redução da carga horária também busca eliminar a jornada 6×1, que exige seis dias consecutivos de trabalho seguidos de um único dia de descanso.
A proposta tem gerado apoio e resistência. Os sindicatos defendem que a redução da jornada pode melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, além de estimular a criação de novos postos de trabalho, enquanto a Confederação Nacional do Comércio e a Confederação Nacional da Indústria alertam que a mudança pode aumentar os custos operacionais das empresas e gerar demissões, especialmente em setores de mão de obra intensiva. De acordo com a OIT, longas jornadas de trabalho prejudicam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, podendo ter impactos negativos na saúde mental e física dos trabalhadores.
A PEC ainda está no início de sua tramitação e precisa passar por várias etapas no Congresso para ser aprovada. Entre os objetivos da proposta está a criação de um modelo de trabalho mais equilibrado, que ofereça aos trabalhadores mais tempo livre, incluindo um fim de semana prolongado, em contraste com as escalas exaustivas atualmente em vigor. As centrais sindicais afirmam que a redução da jornada é uma medida necessária para o bem-estar social, enquanto as associações empresariais sugerem que o debate sobre a jornada de trabalho deve ser tratado de maneira mais flexível, por meio de acordos coletivos entre empresas e empregados.