A criação da Alada, uma empresa pública destinada a explorar a infraestrutura de navegação aeroespacial no Brasil, foi debatida em audiência pública nas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, e de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados. A proposta, que integra o Projeto de Lei 3819/24, visa à exploração econômica da base de lançamentos de foguetes do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, e é considerada uma oportunidade para o avanço tecnológico e fortalecimento da defesa nacional.
Durante o debate, especialistas como Ronaldo Carmona, professor da Universidade Federal do Maranhão, destacaram que a criação da Alada pode diminuir a dependência do Brasil de tecnologias estrangeiras, como o uso de satélites e sistemas de monitoramento, essenciais para a segurança do país. Além disso, a criação da estatal foi considerada uma estratégia para atrair contratos internacionais lucrativos, como o lançamento de foguetes, com potencial de gerar bilhões em receita para o Brasil. O Comando da Aeronáutica e o Gabinete de Segurança Institucional também manifestaram apoio à medida, destacando sua importância para a soberania nacional.
Por outro lado, alguns parlamentares expressaram preocupações em relação ao impacto financeiro e à possível sobreposição de funções com outras agências já existentes. O deputado Luiz Carlos Hauly questionou a criação de mais uma estatal e a necessidade de uma nova estrutura administrativa. O presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antônio Chamon, também levantou preocupações sobre o impacto no quadro de servidores de outras instituições. Contudo, a maioria dos debatedores concordou que a criação da Alada é fundamental para reduzir a dependência tecnológica do Brasil e promover o desenvolvimento socioeconômico, especialmente na região de Alcântara.