A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) estimou que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) dos atuais R$ 2.824 para R$ 5 mil poderia gerar uma renúncia fiscal de R$ 45 bilhões a R$ 50 bilhões por ano. A medida, prevista para ser implementada a partir de 2026, deixaria 30 milhões de contribuintes isentos do pagamento do imposto. Se todas as faixas do IRPF fossem corrigidas, o impacto fiscal seria ainda maior, superando R$ 200 bilhões anuais. O anúncio gerou reações negativas no mercado financeiro, com o dólar atingindo o maior valor desde a criação do Plano Real.
A reação negativa do mercado, que levou o dólar a fechar a R$ 5,91, reflete preocupações sobre o aumento das despesas públicas e o impacto na dívida do país, que já é considerada elevada para um país emergente. Além disso, a expectativa de uma ampliação do gasto público contrasta com a necessidade de corte de despesas, especialmente no setor previdenciário e com o abono salarial. O mercado esperava a implementação de um pacote de redução de gastos, e a proposta de isenção do IR gerou incertezas sobre o futuro fiscal do Brasil.
A mudança na faixa de isenção do IR, que foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já teve uma redução do limite de cobrança em 2023 para quem ganha até R$ 2.824 por mês, com um desconto automático. Agora, com a proposta de elevar esse limite para R$ 5 mil, cerca de 16 milhões de contribuintes a mais seriam beneficiados pela isenção. Em 2024, aproximadamente 42,4 milhões de pessoas entregaram a declaração do Imposto de Renda, e a medida pode ter um grande impacto na arrecadação do país.