Nesta quinta-feira (14), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupações sobre a proposta da deputada Érika Hilton (PSOL-SP) de modificar a jornada de trabalho no Brasil, substituindo o modelo 6×1 pelo 5×1. De acordo com Campos Neto, essa mudança poderia elevar os custos de trabalho, aumentar a informalidade no mercado e reduzir a produtividade dos trabalhadores. Ele argumentou que a flexibilização das relações trabalhistas, promovida pelas reformas do governo Temer, foi essencial para a melhoria do mercado de trabalho, e que a adoção da nova proposta poderia prejudicar esses avanços.
A proposta em questão visa alterar o artigo 7º da Constituição, que atualmente estabelece uma carga horária semanal de 44 horas, para implementar um regime de 5 dias de trabalho com 1 dia de descanso semanal. O presidente do Banco Central alertou que a medida, caso seja adotada, pode reverter os progressos obtidos nas reformas trabalhistas anteriores e gerar instabilidade no emprego formal no país.
Atualmente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) já conta com 194 assinaturas, ultrapassando o mínimo necessário para o protocolo. No entanto, a medida continua a ser debatida, com defensores argumentando que a mudança proporcionaria um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, enquanto críticos, como Campos Neto, alertam para os possíveis impactos econômicos negativos dessa alteração na legislação trabalhista.