Em Maceió, o Projeto Sururu tem promovido uma mudança significativa na economia da comunidade do Vergel, localizada às margens da Lagoa Mundaú. Antes, a situação era preocupante, com toneladas de cascas de sururu, um marisco considerado patrimônio imaterial de Alagoas, descartadas de forma inadequada, gerando odores e problemas de saúde pública. Desde 2019, o projeto estabelece um modelo de economia circular, utilizando essas cascas na fabricação de cobogós, tijolos inovadores que têm encontrado mercado em lojas de alto padrão.
A iniciativa não apenas transforma resíduos em matéria-prima, mas também oferece uma nova fonte de renda para os moradores da região, muitos dos quais viviam em condições de vulnerabilidade econômica. As marisqueiras, responsáveis pela coleta e processamento das cascas, participam ativamente do projeto, que introduziu uma moeda social chamada Sururotes. Essa nova forma de remuneração tem permitido que as trabalhadoras do projeto, como Josiane dos Santos, tenham mais segurança financeira, superando os desafios de depender exclusivamente da venda do marisco.
O impacto do Projeto Sururu vai além da sustentabilidade ambiental, promovendo uma mudança nas dinâmicas econômicas da comunidade. A capacidade de gerar renda a partir de um resíduo antes considerado sem valor não apenas melhora a qualidade de vida dos moradores, mas também fortalece laços comunitários. Com essa iniciativa, a Lagoa Mundaú se torna um exemplo de como o reaproveitamento de recursos pode transformar realidades, promovendo inclusão e desenvolvimento econômico local.