O coordenador do Índice de Preços do Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) revisou para cima a projeção de inflação para o mês de novembro, elevando a estimativa de alta de 1,10% para 1,20%. Essa revisão foi motivada pela aceleração nos preços das carnes, que registraram um aumento de 10,11% na terceira quadrissemana do mês, superando o aumento de 9,39% registrado na quadrissemana anterior. O aumento expressivo dos preços das carnes, especialmente da carne bovina, tem sido um fator recorrente e mais intenso neste ano, além de afetar o grupo Alimentação, que tem apresentado altas significativas.
Outro fator que deve contribuir para a aceleração da inflação em novembro é o grupo Despesas Pessoais, que inclui itens como passagens aéreas e excursões. Apesar da pressão sobre esses itens, o coordenador do índice prevê uma desaceleração da inflação já no mês de dezembro. O comportamento do IPC-Fipe em novembro indica que o impacto dos custos de alimentos e serviços continuará a ser sentido, mas a expectativa é de que a inflação perca força no último mês do ano.
Caso a projeção de alta de 1,20% se concretize para novembro, o cenário para o fechamento de 2024 se torna mais desafiador, pois será necessário uma desaceleração abrupta para que a inflação anual fique dentro da meta do governo, que é de 4,5%. O coordenador do IPC-Fipe alertou que para isso seria necessário um índice de apenas 0,13% em dezembro, o que ele considera uma meta difícil de atingir, dada a persistência de pressões inflacionárias no final do ano.