O uso de celulares nas salas de aula tem gerado preocupações sobre o impacto no rendimento escolar, com pesquisas apontando que a distração causada pelos aparelhos prejudica a aprendizagem. Em resposta a essa situação, algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, adotaram medidas para restringir o uso dos celulares nas escolas. Essas iniciativas incluem desde o recolhimento dos aparelhos antes do início das aulas até o estabelecimento de regras mais rígidas sobre seu uso durante o horário escolar. A reportagem analisou essas mudanças e entrevistou alunos, educadores e pais sobre os efeitos dessas proibições.
Nos casos em que a proibição já foi implementada, como no Rio de Janeiro, observou-se uma melhora no foco dos alunos e uma redução no número de casos de bullying e cyberbullying, especialmente durante o intervalo. A falta do celular tem incentivado os estudantes a se envolverem em atividades mais interativas e a socializar de maneira mais significativa. No entanto, a adaptação à nova rotina não foi fácil para todos, com alguns alunos relatando dificuldades no início, como a “abstinência” do aparelho. Além disso, pais expressaram preocupações sobre a possibilidade de não conseguir se comunicar com os filhos durante o período escolar.
A discussão sobre a proibição de celulares nas escolas também chega ao âmbito federal, com um projeto de lei que propõe a implementação de restrições em todo o país. No entanto, especialistas alertam que, embora a regulamentação seja necessária, ela deve ser adaptada às realidades locais e não imposta de maneira rígida. O uso pedagógico dos celulares, como ferramenta para atividades didáticas, é considerado uma exceção, mas a prioridade é garantir que as escolas tenham condições adequadas para lidar com o problema de forma eficaz.